Você provavelmente conhece alguém que vive reclamando dos relacionamentos. Aquela pessoa que está sempre questionando os motivos pelos quais não consegue ser feliz ou ter um namoro legal. Talvez ela até lhe confidencie que não recebe carinho e chega a ser mal tratada. Só que este sofrido ser não consegue perceber que está sempre atraindo o mesmo tipo de pessoa, pode notar. Florianópolis, mais especificamente Jurerê, também é assim no verão.
Assistimos à invasão de gente estranha na temporada, como aquele sujeito que rasga dinheiro numa reportagem de TV, periguetes rebolativas segurando taças de plástico com espumante e gorilas tatuados das mais variadas espécies. E, por consequência, vemos muita gente condenando estes tipos nas redes sociais, dizendo que nada têm a ver com Floripa. Será que não têm mesmo? Eu corto um braço se mais de 10% das moças forem de fora do Estado.
O ponto é que Jurerê Internacional é uma ilha à parte. Balneários badalados do mundo inteiro são assim: entupidos de jovens torrando dinheiro em busca de diversão, que gira em torno da tríade sexo, bebida e música. Ibiza, St. Tropez, Barcelona, Cancún, Búzios, Tailândia, Croácia, enfim, são ideais para tropeçar em bêbados e ser atropelado por lanchas. Jurerê tem tudo o que um turista assim precisa: casa para alugar, supermercado, bar, balada e gente igual a ele.
Faz sentido, portanto, que esse povo vá para lá. Como também faz sentido que famílias vão para Canasvieiras, jovens mais sossegados para o sul da ilha e aventureiros para o leste. Floripa tem de tudo, mas o que aparece são os festeiros deslumbrados. Normal, a imprensa sempre está atrás de gente jovem, bonita, sarada e frívola. Não somos obrigados a conviver com esse pessoal nem concordar com seu estilo de vida, mas que a cidade os atrai, é inegável.
Com uma política séria e bem feita de comunicação social, Florianópolis pode atrair também mais famílias, jovens sossegados e aventureiros. Investimentos em infraestrutura e transporte também são necessários, integrando todo o litoral catarinense. Enquanto isso não for feito, a imagem da cidade como república hedonista vai crescendo. Se é bom ou ruim, o tempo e o retorno em encargos e tributos dirá.
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