Bruno Volpato

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Bruno Volpato

Exímio guitarrista e vocalista, fundou nos anos 60 a banda Captain Dick & His Pubes, na qual experimentou o sucesso, a mescalina e a cozinha vegetariana. Nos anos 70, saiu em carreira solo com o álbum "Shaved", que fracassou, levando-o à depressão e ao suicídio. Reencarnou em 1982 e, para desespero dos biógrafos espíritas, segue uma enfadonha carreira jornalística não-remunerada.

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Segunda-feira, 15 de junho de 2015

E se as comédias fossem como Game of Thrones? [CONTÉM SPOILER]

“We were on a break from killing people, Rachel!”

A quinta temporada de Game of Thrones terminou ontem, com mais uma morte horrível. Eu acredito que se você acompanha a série e ainda não sabe quem foi, o problema é inteiramente seu: quem bateu as botas na última cena foi Jon Snow. Aliás, todo mundo se deu mal nesse fim de temporada, inclusive Daenerys Targaryen e a desgraçada da Cersei Lannister, mas, repetindo, o único que morreu foi Jon Snow, o suposto herói da bagaça.

A morte do rapaz foi a última cena do episódio, deixando milhões de fãs profundamente revoltados às lágrimas, além de incomodar moderadamente pessoas que têm uma relação saudável com programas de televisão. Pessoalmente, fiquei em algum ponto entre essas duas categorias, e imediatamente senti saudades das séries de comédia em que ninguém morria, por mais desgastada que esteja a trama. Imagina só como seria:

Seinfeld – Cansados de inventar piadas com o fato de que George Costanza não passa de um fracassado, os roteiristas encerram a terceira temporada com a morte brutal do personagem. Ao lamber alguns selos para enviar convites pelo correio, George acaba intoxicado e morre, despertando pouca ou nenhuma compaixão nos demais personagens. Na volta da quarta temporada, é revelado que foi tudo um plano do carteiro Newman, que também acabaria assassinado após mais um desentendimento com Jerry.

Friends – O insuportável e doentio relacionamento entre Ross e Rachel, que durou todas os dez anos da série, poderia ser bem mais curto. O casalzinho mais xarope da história da televisão poderia padecer vítima da onda de violência em Nova York nos anos 90, durante um assalto na cafeteria Central Perk, de preferência na terceira temporada. Pouco tempo depois, Phoebe também morreria ao voltar a morar na rua e usar drogas, após injetar a heroína ruim que era vendida nas ruas da Big Apple a aspirantes a rockstar.

Married With Children – Cansada da falta de ambição do maridão Al, a perua Peggy Bundy espera um momento em que ele vai usar o banheiro anexo à garagem da casa e liga o carro, asfixiando-o. Para evitar suspeitas, ela fatia o corpo e prepara um belo ensopado para servir ao cachorro Buck, que degusta a refeição com muita alegria. “Finalmente, essa megera cozinhou alguma coisa nesta casa”, pensa o animal, para desespero do público. Peggy acaba se casando em seguida com um de seus irmão do condado caipira de Wanker, o verdadeiro pai dos desajustados Kelly e Bud Bundy.

How I Met Your Mother – A revelação que deu nome à série se daria logo na primeira temporada, possibilitando assim que os redatores se dedicassem à história mais interessante: como Ted Mosby planejou e executou a morte violenta da mãe dos seus filhos. Lá pela metade da série, ficaria claro por que nenhuma mulher que Barney levava para a cama retornava: na verdade o casanova era um serial killer misógino, fazendo ao menos 63 vítimas enquanto todos dávamos risadas.

Two and a Half Men – Cansados das loucuras de Charlie Sheen tanto na série quanto na vida real, os produtores decidem matar o personagem Charlie Harper. Para evitar ter que lidar com o ator, eles rescindem o contrato e iniciam uma temporada com a cena de seu velório, no qual é revelado que ele morreu atropelado por um trem. Opa, peraí…

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