Os moradores de Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu estão em festa: nesta segunda-feira, 5 de agosto, a região comemora a marca histórica de 10 dias sem paralisação do transporte coletivo. Os populares tomaram os terminais de ônibus e ruas adjacentes em comemoração à data, com ponto facultativo decretado pelas prefeituras, câmaras municipais e pela Assembleia Legislativa. Alunos e professores da UFSC e da Udesc também não apareceram para as aulas, mas não se sabe se há ligação com a celebração ou se é normal.
A última vez que a população ficou a pé foi no dia 26 de julho, quando ônibus das viações Estrela e Insular deixaram de circular por algumas horas. Antes disso, a Grande Florianópolis teve greves e paralisações, em média, a cada oito dias nos últimos 25 anos. “Com o frio, o pessoal achava que íamos parar para pedir aquecedores e cobertores, mas mostramos o respeito que temos pela população nestes últimos dias”, disse Ernesto Noam, diretor do Sindicato de Motoristas e Cobradores, membro do Movimento Passe Livre e assessor parlamentar.
Por outro lado, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte, Danilo Rocai Chapretta, vê o recorde com preocupação. “Pode ser sabotagem, já que devido ao preço baixo da tarifa, nossos ônibus estão sucateados e não conseguem circular por mais de 10 dias seguidos”, explicou. Chapretta deve marcar uma reunião com os prefeitos para aumentar o preço das passagens caso não haja uma paralisação de pelo menos quatro horas até sexta-feira. “Nosso reboque não vai dar conta de tanto veículo quebrado”, completou.
Com o povo tomando as ruas para a comemoração dos dez dias sem greve, a Polícia Militar já trabalha com a possibilidade de as pontes serem fechadas. “O dia está bom, o pessoal deve fazer a festa cívica nas praias da região até mais tarde, mas depois pode acontecer uma micareta nas pontes”, disse o soldado Djones Pedroso, que passava na rua quando o repórter do Laranjas tirou um tempinho para entrevistar alguém. “O pessoal do Passe Livre disse que vai fazer catracaço vestido de índio, mas não damos mais bola”, encerrou.