Qui manducat non est homosexualis. Com estas palavras em latim o Papa Francisco encerrou a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, derrubando mais um dogma da Igreja Católica Apostólica Romana. Tradução de “quem come não é gay”, o anúncio representou um passo a frente na modernização da instituição.
Alvo de protestos mundiais pelo conservadorismo, que não permite o casamento homoafetivo, o uso de métodos anticonceptivos e o aborto, a Igreja surpreendeu os fiéis e até mesmo quem não segue a doutrina. “Andei discutindo com Deus e ele conseguiu me convencer que esta sentença é correta, porém, a recíproca não é verdadeira”, declarou o sumo pontífice, no altar em Copacabana. “Está bem claro na Bíblia!”
Presente nos protestos de segunda, quando um grupo promoveu um beijaço entre pessoas do mesmo sexo, o empresário e pai de família Rodrigo Guimarães aprovou o anúncio: “Como bom cristão, sofria muito com a dúvida. Até deixei de frequentar a igreja. Graças a Deus agora posso ficar com a consciência tranquila”, disse. “Afinal, sou um cidadão temente a Deus e que merece um pouco de diversão fora dos compromissos familiares.”
DOGMAS – Derrubar dogmas seculares não é uma novidade nos papados modernos. O antecessor de Francisco, Bento XVI, por exemplo, eliminou o limbo para crianças que morrem sem terem sido batizadas.
Já o próprio Francisco, quando assumiu a liderança da Igreja, prometeu dar um fim à pedofilia no clero e à gastança indiscriminada de dinheiro. A recente medida prova que ele está determinado a acabar com outros dogmas.