Foi preso na manhã de desta sexta-feira (2) um funcionário da Alesc que batia o ponto para 15 outras pessoas. Na última quinta, foi instalado um ponto eletrônico biométrico para regular a entrada e saída de servidores e inibir os funcionários fantasmas. A tática do acusado, cujo nome não foi divulgado pela polícia, era de usar dedos de silicone com as impressões digitais dos ausentes.
O delegado da Policia Civil que cuidou do caso afirmou que o falsário recebia R$ 3 mil de cada proprietário das impressões digitais. Esse é o valor do vale-refeição de cada servidor. “Fizemos o flagrante e prendemos o meliante. Ele vai passar um tempo na cadeia, mas logo vai voltar e pedir aposentadoria por isso. Se depender da justiça, ele nunca mais vai trabalhar, e assim não desonrar toda uma categoria”.
Os problemas dos funcionários fantasmas vieram a tona com uma denúncia feita na TV. No dia seguinte, todos os funcionários se sentiram obrigados a irem trabalhar, o que causou uma superlotação nas repartições da Assembleia. Com a notícia de que um ponto biométrico iria ser instalado, houve casos de funcionários que amputaram o dedo indicador e conseguiram uma aposentadoria por acidente de trabalho.
Caos – De acordo com outro funcionário, que estava trabalhando e preferiu se manter anônimo (anônimo, e não fantasma), esta campanha contra os funcionários fantasmas só está trazendo problemas para quem deseja exercer sua função corretamente: “No dia seguinte àquela denúncia na TV, as vagas de estacionamento ficaram mais concorridas”, lamenta. Isso vai doer diretamente nos bolsos dos cidadãos catarinenses, já que foi aprovado por unanimidade um projeto para construir um estacionamento maior (que não vai ser no lugar da escola básica Celso Ramos).
Um estudo do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) também apontou que o retorno dos funcionários da Alesc que trabalhavam pelo sistema de home office e agora têm que bater ponto toda a manhã aumentou o congestionamento na ponte Pedro Ivo. Antes da denúncia, o trânsito ficava parado por aproximadamente 1 hora, mas agora os motoristas chegam a ficar 2 horas na fila.
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