O que era para ser mais uma manhã normal na casa dos Cunha, no Rio de Janeiro, acabou virando uma pequena confusão. O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), havia convidado o filho de 12 anos, Dedeco, para uma partida de FIFA 2015 no PlayStation 4. O garoto escolheu o Real Madrid, enquanto o pai comandaria os jogadores do Barcelona. Após uma disputa emocionante, o time da capital espanhola ia vencendo por 2 a 1, quando, já nos descontos, o presidente da Câmara dos Deputados tomou uma decisão surpreendente: reiniciou o jogo.
Dedeco ficou revoltado, não apenas porque ele ia vencer a partida e abrir vantagem no campeonato pessoal com o pai, mas também porque iria cobrar uma falta em ótima posição para um gol de Cristiano Ronaldo no momento do reset. “Esse não valeu, filhão, tive um problema aqui com o controle, deixa o pai pegar outro e daí a gente vê quem é melhor de verdade”, teria dito o deputado. A proposta foi prontamente rejeitada pelo menino, mas Eduardo Cunha argumentou que o regulamento, que ambos haviam assinado em janeiro, prevê o cancelamento e repetição de jogos.
O Laranjas teve acesso à integra do regulamento e, de fato, a manobra está prevista. Dedeco pediu uma auditoria no controle, mas Cunha argumentou que a perícia levaria pelo menos 30 dias, e que trancaria a sequência de jogos. Eles então nomearam uma das funcionárias da casa, Dona Dineide, para mediar o processo. “Os argumentos do Seu Eduardo eram melhores, não dá para a gente considerar o resultado se uma das partes não estava plenamente capacitada”, disse a governanta, ao proferir o resultado favorável ao deputado.
Com a sentença, restou a Dedeco aceitar a invalidação do resultado anterior. O novo jogo será disputado novamente na noite desta quinta-feira, com os mesmos times e escalações. Por via das dúvidas, Eduardo Cunha não marcou compromissos para sexta-feira. “Quero ter a noite toda livre, pelo tempo que precisar até que surja um resultado dentro das regras”, afirmou.
>> Siga o Laranjas no Twitter, onde analisamos os melhores lances da rodada no Congresso