O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou à sede da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi preso preventivamente no início desta tarde na Operação Lava Jato, a pedido do juiz Sérgio Moro. Ao ser levado para a carceragem, Cunha demonstrou nervosismo, começou a rir descontroladamente e gritou: “hoje eu não vou delatar, eu vou distribuir!”
Cunha é acusado de receber propina, usar contas na Suíça para lavar dinheiro e também de ser o responsável pelo Trote da Telerj. Após ser cassado pelos seus colegas em setembro, ele tentava retomar a carreira de cover do cantor Rogério Skylab. Preso em Brasília, o peemedebista deu uma paradinha no Santos Dumont antes de chegar a Curitiba, “só de sacanagem”.
O temor de que Eduardo Cunha faça uma delação premiada é geral no meio político. O ex-deputado transitou livremente em todos os governos desde o de Fernando Collor de Mello, sendo considerado um dos homens mais poderosos do país até recentemente. “Rapaz, se ele contar tudo o que sabe é melhor a gente devolver o Brasil pra Portugal e começar de novo”, disse um deputado.
A predisposição de Eduardo Cunha é mesmo não só delatar, mas distribuir. Assim que chegou à carceragem da Polícia Federal, ele já deixou uma série de bolsas importadas – emprestadas pela esposa – com nomes, telefone e e-mails. “Tem até print de WhatsApp”, disse o advogado de Cunha. “Grandes merda ser adevogado, me consegue logo uma delação, porra!”, berrou o ex-deputado.
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