A montadora alemã BMW (Baden MotterWockers) surpreendeu Santa Catarina nesta segunda-feira. Com tudo acertado para a instalação de uma fábrica em Araquari, no Norte do Estado, os executivos da empresa decidiram fazer uma pequena correção de rota: eles querem que a unidade vá para a Ponta do Coral, em Florianópolis. “A gende querrrria bodar um fábrrrrica ali, mas tinha aquele hotel. Agorrra que non terrr mais, querrremos negociarrrr”, disse o presidente da BMW, Hans Grüber, em perfeito português de dublagem da Sessão da Tarde.
O governador Raimundo Colombo tentou contornar a situação com sorrisos e olhares afetuosos, além de um gostoso abraço, mas não teve jeito. “O Raimunda é um fofo, mas a gente querrr que o fábrrrrica tenha um marrrrina e cinco prrrraças para o populaçón se integrrrar com o emprrrresa”, explicou Hans, que se parece muito com aquele alemão do filme As Minas do Rei Salomão. Ele fez questão de ressaltar que a integração com o povo vai ser só nas praças, já que a BMW não produz carro para pobre. “Coisa de alemón”, completou.
Pouco depois do anúncio, todos os 17 militantes da causa ambiental de Santa Catarina invadiram o terreno da Ponta do Coral e bloquearam a entrada com suas bicicletas. O líder do grupo, Ernesto Noam, garantiu que não vão arredar o pé. “Fomos pegos de surpresa, estávamos combatendo a ocupação ilegal de morros e a formação de favelas”, disse Noam. “Só que não!”, completou, bem-humorado.
“Já estamos enviando um equipe de negociadorrras parrra resolver o prrroblema, e também um panzer, se prrrecisar”, informou o presidente da BMW, sobre o protesto. Ele ainda não sabe ao certo como vão se dar os trâmites legais para a instalação da fábrica na Ponta do Coral, mas deu uma dica. “A gente non tem prrrressa. Tinha ex-prrrrefeito aqui que errra alemón e que disse que querr serr goverrrnadorrr. Com ele, vai ficarrrr bem fácil de construirrrr”, disse um enigmático, mas nem tanto, Hans Grüber.