No dia seguinte aos protestos que tomaram as ruas das maiores capitais do Brasil, ativistas de esquerda saíram em peso às redes sociais para reivindicar a posse das manifestações. “Não podemos deixar que o Datena seja a voz dessa geração, as pessoas tem que ligar na TV Brasil e ver a transmissão com o Emir Sader”, afirma o antropólogo e assessor parlamentar Ernesto Noam, de 53 anos. Para ele, a revolta popular é propriedade privada das esquerdas. “Ou melhor, das gentes, escreve das gentes que fica mais bonito”, corrige.
Ao contrário do que diziam nos primeiros dias, os ativistas agora afirmam que o que está ocorrendo é sim apenas por 20 centavos. “Não dá pra pulverizar, tem que focar no que interessa, que é ir e vir. Se os reaças começarem a pedir saúde, educação e segurança, os milicos vão se assanhar e a ditadura volta”, diz o sociólogo e assessor do TJ-RJ, León Friederich, 49. Ele está preparando uma cartilha com os sites e blogs que os mais jovens podem retuitar e compartilhar nas redes sociais.
Entre os veículos de comunicação proibidos estão os tradicionais Globo, Folha de S. Paulo, Estadão e Veja, assim como outros adesistas de última hora, como o Laranjas. De acordo com Noam, o pequeno site de humor mostra posturas dúbias e nem sempre favoráveis às demandas do povo. “No episódio da greve de ônibus vocês avacalharam com a classe média e depois com os trabalhadores, assim não dá! E, porra, eu acreditava até pouco tempo que o Occupy Jurerê existia, mano!”, explica o antropólogo.