Gangue atuava de forma ostensiva, desafiando a polícia

SERTÃO DO CANTAREIRA, SP – A Polícia Civil do Estado de São Paulo prendeu em flagrante, na manhã desta sexta-feira, quatro idosas que lavavam suas calçadas. Elas portavam três mangueiras, um enrolador automático de 15 metros e um irrigador em espiral, encontrado no jardim de uma das meliantes. As marginais têm idades entre 66 e 82 anos, e todas são pensionistas da INSS, em um verdadeiro deboche com o contribuinte brasileiro.

A quadrilha é suspeita, segundo apuração da Delegacia de Investigações Criminais do Estado, de articular um esquema de desvio de fluxo de água para lavar ilegalmente as calçadas de suas casas nos finais de semana. Dona Terezinha Petrolina da Silva, de 78 anos, é considerada chefe do esquema e já tinha passagem pela polícia por irrigação ilegal de plantas silvestres.

De acordo com o delegado Peixoto, da DEIC do Estado, foi um dia glorioso para o futuro do abastecimento de água da cidade. “Estamos diante de pessoas que não prezavam pela vida e bem estar nem dos próprios vizinhos”, afirma. A operação batizada de Lava Seco, deflagrada em setembro de 2014 e que já conta com sete fases, encontrou pela primeira vez a ligação entre a crise hídrica no Estado e o gasto ilegal de água nos bairros paulistas. 

A quadrilha também era suspeita de ir à restaurantes e bares com restrição de água e, sem autorização, lavar às mãos após irem no banheiro. “Minha família já pode ficar em paz, sem que estas senhoras ameacem nossa higiene, que já estava comprometida”, aponta uma moradora de Jardim da Conquista, que não quis revelar a identidade para preservar sua própria imagem e o banho dos filhos.