Uma nova leva de nomes brasileiros na lista do banco HSBC foi revelada nesta terça-feira, em mais uma capítulo da operação conhecida como Swissleaks. Depois de políticos, empresários e celebridades, o mundo do jornalismo é atingido em cheio com a informação de que praticamente toda a redação do portal de notícias Laranjas tem relações com a instituição financeira. “Os valores dos profissionais do referido site vão de R$ 500 a R$ 10 mil, concentrados em dívidas em cheque especial e cartão de crédito”, disse Élder Tamirão, gerente da agência do bairro Estreito, em Florianópolis.
Tamirão esclarece que não há nada de ilegal ou criminoso em dever dinheiro ao banco. “Essa dívida de R$ 500, por exemplo, foi uma infelicidade. O garoto fez uma compra de R$ 60 reais no último Natal achando que era no débito, mas foi para o crédito e os juros foram se acumulando, lamentavelmente”, esclareceu o gerente. A dívida maior, porém, foi adquirida pelo HSBC em uma negociação com diversos bares do bairro Trindade, em Florianópolis, uma região universitária. “Eles são todos formados, mas não conseguem largar o osso, portanto tinham uma bela carteira de passivos”, disse Tamirão, aos risos.
O único integrante da redação do Laranjas que não deve nada ao HSBC é o estagiário, Ernesto Noam, que estuda jornalismo na UFSC e tem a bolsa garantida por uma ação judicial. “Na real, irmão, eu processei eles por usarem meu nome para fazer piadinhas em mais de 20 matérias, daí eles me ofereceram esse estágio como pagamento”, explicou o jovem de 27 anos. Noam ainda afirma que os jornalistas lhe devem dinheiro. “É pouca coisa, em geral podem um troco para comprar cerveja em festas universitárias, eu fico com pena e nem cobro juros”, disse.
Apesar do escândalo, o Laranjas não corre o risco de fechar as portas. O site em si não consta da lista do HSBC, já que está indo para o seu oitavo ano sem qualquer tipo de receita. “Nem que eles quisessem poderíamos emprestar dinheiro para as atividades do portal, já que os incompetentes não são capazes nem de arranjar um anunciozinho de governo ou empresa estatal”, comentou Tamirão. Os editores e repórteres do Laranjas não foram encontrados para comentar o caso, pois não acordam antes do meio-dia.
Reportagem do estagiário Ernesto Noam