Que os preços em Florianópolis disparam no verão não é novidade para ninguém. Que Jurerê vira o bairro mais caro da cidade, do Estado e talvez até do país também é fato antigo. Nesta quinta-feira, porém, o Laranjas encontrou mais um exemplo dos excessos do balneário mais badalado do sul do Brasil: a porção de carne de gambá. Enquanto na Lagoa da Conceição a iguaria sai por R$ 49,90, um restaurante de Jurerê está cobrando R$ 89,90 pelo mesmo prato.
“As pessoas ficaram escandalizadas com os gambás da Lagoa só porque não viram quanto a grã-finagem tá pagando aqui em Jurerê, rapaz”, reclama o turista paranaense Djones Pedroso, apreciador do marsupial. Para ele, o preconceito impede que as pessoas experimentem o que considera um dos melhores tipos de carne do mercado. “É raro ter no cardápio, ou então ao invés de gambá aparece escrito ‘skunk’, que é inglês, então é só para quem conhece”, explica.
Procurado pela reportagem para esclarecer a diferença de preços, o gerente do restaurante reclamou da abordagem injusta. “Os custos aqui em Jurerê são mais caros, com aluguel e funcionários, não basta comprar o preço do skunk, é uma visão simplista de como funciona o restaurante”, explica Teófilo Carbonell. Ele ainda diz que a procedência do animal é diferente. “Eles pegam no Rio Vermelho, a gente encomenda da Argentina”, afirmou.
Carbonell não esclareceu o que é feito com o líquido expelido pelas glândulas axilares dos gambás. “Você tá de sacanagem de fazer essa pergunta, né?”, esquivou-se o gerente do restaurante. Convidado a se retirar, o repórter do Laranjas pediu desculpas e perguntou se poderia experimentar o prato. “Sou jornalista, estou com fome”, justificou.
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