O técnico Dunga pode ser demitido a qualquer momento da seleção brasileira de futebol. Os péssimos resultados nas eliminatórias da Copa do Mundo e nas duas últimas edições da Copa América praticamente selaram o destino do capitão do Tetra. O único problema é que nenhum presidente da CBF pode ser encontrado para efetivar a demissão, já que o risco de prisão é real e imediato para os cartolas.
Pressionado por jornalistas em sua fazenda nos pampas gaúchos, Dunga sacou seu último argumento para se manter no cargo: “e o Cunha?” A frase que virou bordão dos defensores da presidente Dil…, digo, dos defensores da democracia, acabou ganhando uma sobrevida na boca do treinador. Ele agora só admite sair se o ex-presidente da Câmara dos Deputados, envolvido em denúncias, também sair.
“Sou um homem honrado, posso ter cometido alguns erros, mas ao menos não tenho conta no exterior”, declarou Dunga, em entrevista concedida de cima de seu cavalo, o mangalarga Escobar. “A imprensa me acusa de ser o responsável pelos problemas do Brasil, mas a crise veio bem antes. O 7 a 1, por exemplo, foi na gestão anterior”, argumentou o técnico, entre um gole e outro de chimarrão.
Perguntado pelo repórter do Laranjas se há a possibilidade de pedir demissão, Dunga negou com veemência. “Ô meu querido, se eu tivesse desistido lá em 1990 quando vocês me torturavam, o povo brasileiro não tinha levando a taça quatro anos depois”, bradou, antes de sair cavalgando e relinchando rumo ao sol. Escobar, por sua vez, permaneceu parado, mas não quis responder perguntas da imprensa.