Clássico de Anthony Burgess levado ao cinema pelo cineasta Stanley Kubrick, Laranja Mecânica completou 50 anos de publicação em 2012. Agora, algum tempo depois, uma homenagem nada menos que inusitada é preparada. Começam em junho as filmagens de um remake pornográfico produzido, dirigido e estrelado por Alexandre Frota. “A ideia é totalmente conceitual, morô? Não vamos parodiar, é um remake sério, respeitando o enredo e a grandeza da obra, mas com gente esculachando no miolo, sacou?”, explica o cineasta e jogador de futebol-americano.
Segundo Frota, esta é a primeira incursão séria da pornografia no universo dos filmes de arte. “Queremos elevar a pornografia a um novo patamar. Há algo mais sublime do que a arte? Há algo mais mundano e belo do que o sexo? Se você juntar os dois, ninguém segura.” O cenário também muda: ao invés de uma Londres futurista, o Rio de Janeiro. Alex, o protagonista, antes membro de uma gangue, será aviãozinho do tráfico. Para justificar a nova ambientação da trama, Frota é sucinto: “O carioca do morro tem gírias bem melhores que as daquele glossário do fim do livro.”
As cenas mais fortes abordarão a repulsa de Alex a sexo e violência após o tratamento patrocinado pelo governo Eduardo Paes. “Esse lado dele vai ser explorado ao extremo, com cenas reais de vômito durante a penetração, ao melhor estilo two girls and one cup, explica o intérprete de Alex, Toninho da Bengala, veterano do teatro e especialista em boquete, digo, Beckett.
No elenco, além de Frota, estão Rita Cadillac, Gretchen, Matheus Carrieri e o ex-jogador de futebol Ronaldo que, assim que informado da presença da travesti no longa, topou fazer uma ponta sem cobrar cachê.
Como principal influência estética, o diretor indicou o nova-iorquino Woody Allen. A reportagem do LARANJAS, prontamente, questionou de que forma Allen poderia ser referência para tal tipo de produção. Frota nos respondeu: “Olha, vou te falar que nunca vi um filme dele. Mas, me disseram que o baixinho come a própria filha. Então, ele deve ser sinistro, né?!”
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