“Não dou. Não dou entrevista de novo pra vocês.” Foi assim que reagiu Novelino Serafim, de 103 anos, eleitor mais velho em Florianópolis, após o assédio da imprensa da capital na entrada do Instituto Estadual de Educação. “A cada dois anos esta corja vem me incomodar com esta história de dar entrevista. Eu só estou votando porque ganhei um tênis para o meu netinho. Não porque sou o mais velho”, resmungou com um policial. Na verdade, um repórter LARANJAS disfarçado e pronto para driblar a grande mídia.
Quem também conseguiu dar uma rasteira nos jornalistas foi a família indígena do seu Taranto. Com a esposa e sete filhos, o índio da tribo Carijó viajou de canoa por 19 horas para chegar a tempo de cumprir com seu dever de cidadão. Com um português arrastado, Taranto olhou feio para um cinegrafista quando este lhe apontou o equipamento. “Nada de história de entrevista. Índio não qué. Índio qué votá”, esbravejou.
Com as duas recusas o noticiário da capital ficou sem o que eles chamam de “recheio” e teve de recorrer aos famigerados casos de boca de urna, bem mais comuns.