A aprovação no Senado, em segundo turno, da Proposta de Emenda Constitucional que torna obrigatório o diploma para o exercício da profissão de jornalista caiu como uma bomba na redação do Laranjas. O site teve que demitir mais da metade do seu quadro de profissionais, prejudicando o ritmo alucinante de postagens pelo qual é conhecido.
A tarde de hoje foi de despedidas e protestos na sede laranja. “Cursei História por nove anos, posso escrever tranquilamente sobre o Pida ou apreensões de maconha”, reclamou Ernesto Noam, ex-setorista da UFSC. Noam afirmou não entender como os professores de jornalismo podem ser contra o trabalho nas redações de alguém com longuíssima formação acadêmica como ele.
Já Djones Pedroso, formado em Odontologia e especialista do Laranjas em Nova Classe Média, disse que abandonou a profissão de dentista após a invasão de “gente sem classe, que passou a ter acesso a plano dentário”, mas que estava gostando de escrever sobre ex-pobres. “Também estava ganhando dinheiro demais, daí pensei em ser jornalista”, lamentou-se.
O adeus que mais provocou lágrimas foi de Sarah Kayumi, que não tem formação, mas pensa em fazer moda. Ela era a repórter de celebridades do Laranjas, após liderar o movimento Occupy Jurerê. “Tô bem tranquila, logo arrumo outros otários pra me sustentar”, afirmou. Quem chorava eram os editores, que sentirão falta de sua bunda firme e seios siliconados.
Outro que foi para a rua foi Cesar Soto, o nerd oficial do Laranjas. “Ainda estou na faculdade, mas eles me davam uma chance de ser repórter”, afirmou o estudante de jornalismo, que, no entanto, não aproveitava tal chance há quase um ano. Soto deve ser rebaixado a estagiário do Twitter do site de humor, caso concorde com o veto a menções aos Los Hermanos.
No fim das contas, permanecerão na redação apenas os cinco jornalistas formados. “Faremos postagens baseadas apenas em releases de candidatos a prefeito, que são simplesmente hilários”, afirmou um deles, que preferiu não se identificar.
Mesmo com mais trabalho, os jornalistas do Laranjas continuarão recebendo o piso: R$ 1.400,00. “Foda é que a gente não pode mais complementar a renda vendendo chip de celular no Ticen”, lamentou outro repórter.
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