Dignidade, vergonha e remorso também estavam enterrados junto aos fósseis humanos
Operários que trabalhavam na demolição do Bar do Pida, localizado nas proximidades da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, encontraram fósseis humanos enterrados no local. As primeiras análises feitas com carbono 14 identificaram as quatro ossadas como sendo femininas, com aproximadamente 17 anos, quatro meses e 23 dias de idade. Fechado desde 2011, as instalações do Bar do Pida serviam desde então como abrigo para moradores de rua.
Prontamente ao achado, os trabalhadores tentaram contato com o Departamento de Paleontologia da UFSC, mas como os professores estão em greve e não existe tal departamento na universidade, houve demora na análise das amostras. Quem fez o teste do Carbono 14 foi o professor da Universidade de Michigan Ray Jones, que estava passando pelo local.
Com as informações preliminares, a Polícia Civil já está investigando o caso. O delegado da 1ª DP de Florianópolis, Anacleto Rodrigues, já tem suspeitas da identidade das garotas. “Por enquanto não posso adiantar qualquer informação sobre o andamento do caso, mas tenho quase certeza de trata-se de quatro calouras do curso de Farmácia, que desapareceram no dia do trote, em 8 de março de 1996, uma sexta-feira”.
História – O Bar do Pida era ponto de encontro dos estudantes da UFSC há mais de 40 anos. Marcou a vida de muitos egressos e todo mundo que passou por lá tem uma história pra contar: o primeiro beijo, o primeiro porre, a primeira transa, o primeiro coma alcoólico, a primeira overdose, a primeira infecção alimentar… Com a desativação, em 2011, virou abrigo para moradores de rua, que terão de procurar outro lugar para morar. “É, pelo jeito vou ter que voltar pra UFSC e terminar logo meu curso de Filosofia”, lamentou Jeremias Fernando, guardador de carros da praça há quase oito anos, que vivia no local.
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