O clima na Granja Comary, local da concentração da Seleção Brasileira, anda úmido. De lágrimas. O time comandado por Felipão anda preocupando o torcedor. Uns dizem que falta sangue frio, outros afirmam que há muito oba-oba promovido pelas celebridades, principalmente aquelas que namoram jogadores. Tem quem critique a suposta apatia de uma torcida que paga caro pelo ingresso, com moeda subvalorizada e que é criticada justamente por manifestar que é brasileira, com muito orgulho e muito amor.
O fato é que a jovem Seleção Canarinho está com problemas para segurar a emoção durante a partida. Boatos contam que as lágrimas não começam a ser derramadas no hino a capella não! No tradicional pagode do ônibus, o choro da cuíca ressalta as mais melancólicas músicas: Depois do prazer, de Alexandre Pires (“Fica dentro do meu peito sempre essa saudade”); Jeito felino, do Raça Negra (“Só de pensar que sua boca beijou outra boca”); Convite de casamento, interpretada pelo Karametade (“Estou casando mas o grande amor da minha vida é você”); e Temporal, do Art Popular (“Até parece que o amor não deeeeeeeu”).
Felipão já tentou de quase tudo para motivar Neymar e companhia. Uma das primeiras atitudes foi abandonar aquele seu conhecido lado paterno. “Nada desse nhenhenhem Família Scolari! Aqui é competitividade, e quem jogar mal vai pro banco”, teria dito, acompanhado de sua clássica bufada. O problema é que os atletas sentiram-se abandonados e desataram a chorar.
O passo seguinte foi liberar o sexo na concentração. “Nada que meia dúzia de garotas e 24 horas sem incômodo não resolvam”, teria aconselhado um ex-jogador que já vestiu a amarelinha, cujo nome começa com R e termina com O. Engano dele – esta ótima geração brasileira é formada por jogadores compromissados e monogâmicos. Saudades, ciúmes e comédias românticas e muito sentimentalismo fazem parte de seus relacionamentos amorosos.
Falta menos de uma semana para a próxima partida decisiva, pelas quartas-de-final contra os casca-grossa da Colômbia. Muito já foi tentado e ainda mais pode ser arriscado para ajudar o Brasil a manter o foco. Lobotomia? Treinamento com militares da antiga União Soviética? Total privação de luxo, regalias e contato com o mundo exterior? Ficam algumas sugestões. Caso dê errado e nossa seleção seja eliminada, nada como um filminho sobre perda e superação: A Culpa é das Estrelas, em cartaz nos melhores cinemas.