A Prefeitura de Florianópolis corre contra o tempo para inaugurar, até o final de dezembro, o primeiro beach club da praia de Canasvieiras. A iniciativa surgiu depois que reportagem na Folha de São Paulo repercutiu o balneário como “badalado”. “Vamos suprir a demanda dos turistas paulistas que acreditaram que é uma praia badalada e ao mesmo tempo oferecer trabalho para os moradores de rua”, afirmou em coletiva de imprensa o técnico do IPUF, Adalberto Veloso.
A matéria intitulada Praia badalada de Florianópolis faz atos antimendigo pegou tanto o poder público quanto a comunidade de Canasvieiras de surpresa. “Se eles acham que a infestação de argentinos sem dinheiro e gaúchos que vêm visitar parentes é badalação, estão muito enganados”, declarou um morador nativo que não quis se identificar.
Para aproveitar o título de praia badalada e não desperdiçar a vinda dos paulistas que acreditaram nisso, o beach club sera construído em caráter emergencial. “Vamos oferecer o melhor que Jurerê oferece: preços abusivos, champanhe para lavar os pés e muita música eletrônica de qualidade questionável”, afirmou Veloso. Uma das únicas ressalvas é em relação às mulheres de corpos esculturais e à faixa de areia – ambas não existem em Canasvieiras.
A polêmica em relação ao protesto gerou revolta nas redes sociais, onde muitos usuários acusaram os manifestantes de eugenia e até mesmo fascismo por não quererem mendigos no bairro. Segundo os assistentes sociais da Prefeitura, a maioria chega ao balneário antes do início da temporada em busca de emprego. “Chegando aqui eles descobrem que só há lojas que vendem camisetas de Floripa, Havaianas e artigos para chimarrão e churrasco e ficam sem conseguir voltar para casa”, afirmou a assistente social Anamaria Teresa.