Jovens não se importaram com as máquinas fotográficas do Laranjas, que eram apenas um celular velho

A sociedade florianopolitana não encontra mais sossego em lugar nenhum. Jovens estão chocando os frequentadores do calçadão da avenida Beira-mar Norte, umas das regiões mais nobres da capital catarinenses, ao fumarem cigarros mentolados abertamente a qualquer hora do dia. “Tu vem dar uma corridinha às 11 da manhã e sente aquele cheiro típico, que tu conhece mesmo sem nunca ter fumado, de Gudang Garan”, disse o assessor parlamentar Clésio Varafoan, de 23 anos. Ele pede maior repressão das forças policiais contra o problema.

O diagnóstico de Varafoan é compartilhado pela comerciante Tessália Poranha, de 54 anos. “É uma pouca-vergonha, famílias vêm aqui com crianças, que têm que inalar essa coisa”, reclamou. Ela contou que já acionou “mais de dez vezes” os policiais militares que fazem ronda na região, mas que eles dizem que não há nada a ser feito. “Pela quantidade de maços de Gudang que eles fumam, acho que poderia ser lavrado ao menos um Termo Circunstanciado, mas quem sou eu, né menino?”, completou.

O tenente-coronel Aparício Aranha, da Polícia Militar, confirmou as informações repassadas por Dona Tessália. “Infelizmente não há tipificação de crime no consumo de Gudang, e não adianta a gente fazer a abordagem porque seria ficar enxugando gelo, positivo?”, comentou. O perigo, de acordo com Aranha, é que muitas vezes os usuários ficam com a percepção alterada e acabam atravessando a avenida fora das faixas. “Já vimos muitos ‘gudanóias’ saírem desnorteados da prainha, causando acidentes e mesmo atropelamentos”, lamentou.

A reportagem do Laranjas tentou contato com um dos “gudanóias”, mas foi prontamente rechaçada por um grupo de cinco jovens. “Vocês jornalistas reaças e seus cigarros light, não têm colhões nem para fumar um Marlborão vermelho, como faz o povo”, berrou um dos garotos, que aparentava ter no máximo 16 anos. Outro usuário puxou um violão e começou a tocar uma canção popular, que não reconhecemos. “É a ‘Marcha do Gudang, seu careta!”, esclareceu.

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