Foi registrado num cartório de São Paulo a primeira união estável heterossexual entre pessoas do mesmo sexo do país. O analista de sistemas Bruno Viana e o engenheiro eletricista Rodrigo Ribeiro aproveitaram a orientação da Justiça que permite o “casamento gay” para oficializarem o bromance. “Somos amigos inseparáveis há mais de 15 anos, na saúde, na doença, na alegria e na tristeza”, afirmou Viana.
O casal vive em um apartamento de dois quartos no bairro Perdizes, na zona oeste da cidade. “Mesmo casados, respeitamos o espaço um do outro”, disse Ribeiro. “E quase nunca discutimos. Por exemplo, na hora do jogo nenhum dos dois quer ver novela. Também não brigamos se o outro deixa a tampa do vaso aberto.”
Os ciúmes, que muitos casais consideram o “tempero” da relação, também não têm espaço no dia-a-dia de Viana e Ribeiro. “Sei que o Rodrigo tem amigos – e amigas – que ele precisa dar atenção. Então nem me importo que ele saia à noite e eu fique em casa”, disse Viana.
“Outro dia cheguei em casa e peguei o Bruno com uma mulher na cama. Ainda bem que ela não me viu, senão iria embora e eu ficaria com fama de empata-foda”, contou Ribeiro, aos risos. Todas as quartas, ele joga futebol com os colegas de faculdade, e conta que não há estresse e nem desconfiança por parte de seu marido: “O Bruno até gosta de ir junto, ele fica bebendo no bar. E se precisamos de alguém pra jogar ele entra em campo também!”