A justiça eleitoral dos Estados Unidos divulgou, nesta segunda-feira (7), uma nota em seu site de esclarecimento direcionada ao povo brasileiro. Em inglês, porque a gente que se vire, o TSE deles explica que, embora preze pela liberdade de expressão de todos os povos, os textões de Facebook postados por brasileiros não contarão votos para Donald Trump ou Hillary Clinton na eleição desta terça. “So, just stop”, pede, gentilmente, o comunicado.
Os americanos apuraram que cerca de 7,3 mil textões de Facebook já foram produzidos por brasileiros a respeito de Trump e Hillary. Eles alertam que não estão nem contando os que simplesmente falam mal dos Estados Unidos e querem a destruição de seu povo, mas apenas as “análises” sobre os candidatos. A nota diz ainda que nem os próprios americanos se importam tanto com as eleições quanto os brasileiros.
A notícia pegou de surpresa a estudante de jornalismo Clotilde Marinalva, de Campinas (SP). Ela havia acabado de postar um textão conclamando seus amigos a votarem em Hillary nesta terça-feira (8), e ficou decepcionada. “Isso é mais um claro sinal das imposições do império estadunidense, que felizmente está em seus estertores, sobre a comunidade latina, impedindo-a de votar”, reclamou a jovem. “Em Cuba todos votam!”, lembrou.
Outro que ficou chateado foi o estudante de economia Dinésio Küster, de Porto Alegre (RS). Entusiasta de Trump, ele vê na ação um conluio entre Hillary e Mark Zuckerberg, dono do Facebook. “Os e-mails vazados pelo WikiLeaks, que estão sendo ignorados pela imprensa brasileira, mostram que há interesses muito claros do capital na eleição da ‘Crooked Hillary’!”, disse o jovem. Ele afirmou, porém, que embarca hoje para Miami, mesmo sem poder votar.
No entanto, muitos brasileiros continuam produzindo textões no Facebook a respeito das eleições presidenciais nos Estados Unidos. A tendência é que eles continuem surgindo ainda até o final da semana, quando está prevista a divulgação do resultado. Não está descartada a possibilidade de confronto entre apoiadores de Trump e Hillary, como aconteceu anteriormente em São Paulo. A justiça eleitoral americana, inclusive, comentou o caso: “are you fucking crazy?”, questiona a nota.
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