A eleição do (ex-)bispo Marcelo Crivella para prefeito do Rio de Janeiro já está começando a fazer efeito. Ele só assume o cargo em janeiro de 2017, mas os cariocas já começam a notar as primeiras mudanças na cidade. “Rapaz, hoje deu um dia bonito, fui olhar para o Corcovado e tinha lá uma estátua gigante de Jesus Cristo!”, disse o artista plástico Teléssio Cardoso, de 32 anos. Ele lamentou o que chamou de “mistura de religião com administração pública do turismo“.
A escultura tem 38 metros e mostra o profeta da religião evangélica, a qual Crivella é ligado, de braços abertos para a cidade do Rio de Janeiro. O Laranjas entrou em contato com a Prefeitura, atualmente administrada por Eduardo Paes, para saber como a estátua foi erguida tão rapidamente e se havia autorização. “Vocês beberam? Essa pergunta é séria? O jornalismo tá complicado, hein?”, disse um assessor do atual prefeito, claramente fugindo do assunto.
De acordo com o sociólogo e pesquisador da UFRJ, Ernesto Noam, a estátua gigante de Jesus Cristo pode ser apenas o começo de um ataque ao estado laico. “Quem está dizendo isso é você, meu jovem, isso não faz o menor sentido”, argumentou Noam, que claramente quer esconder que votou em Crivella no segundo turno. “Você é daqui? É o Cristo Redentor, todo mundo conhece!”, continuou, de forma xenofóbica, extravasando o ódio que aflora após o período eleitoral.
Em conversas com populares, o Laranjas constatou que a novidade fundamentalista já dominou as mentes dos cariocas. “É muito bonito, um símbolo muito importante da nossa cidade”, disse o lojista Ascânio Guabiruba, de 57 anos, claramente afetado pela lavagem cerebral religiosa. “Ele está lá nos abençoando todos os dias”, comentou a costureira Neusa Cirene, 43, também dominada pela fé sem questioná-la. O Rio de Janeiro vive tempos de obscurantismo.
>> Siga-nos no Twitter para mais revelações exclusivas e sagradas