As aulas 5 e 6 do Curso de Roteiro de Humor na Academia Internacional de Cinema do Rio de Janeiro foram bem diferentes. A primeira foi um debate entre a redatora-final do Zorra, Gabriela Amaral, o fundador do Sensacionalista, Nelito Fernandes, e o casseta Hélio de la Peña – todos roteiristas de humor, evidentemente. Os convidados responderam perguntas dos professores do curso e também da plateia, em um papo que foi transmitido ao vivo pelo Facebook.
Os limites do humor foram abordados em várias perguntas, passando pela influência do politicamente correto na produção atual. Eles também falaram sobre os processos de escrita de seus programas, numa conversa muito interessante que durou duas horas. Eu fiz uma pergunta ao Nelito, sobre como o Sensacionalista desenvolve os textos, já que o punch line já está nos títulos das matérias (aos 37 minutos do vídeo abaixo). Gerou uma discussão bem bacana.
Eu aprendi bastante com o papo, claro, já que eram três profissionais de grande destaque no meio do humor dividindo com a gente suas experiências, ideias e, claro, piadas, de forma muito generosa. Ao final da aula, não resisti e pedi pra tirar uma foto com o Hélio de la Peña, um cara que, junto com seus seis colegas de Casseta & Planeta, é responsável por formar o meu gosto pelo humor e até parte do meu caráter. Foi muito legal, recomendo bastante o vídeo acima a quem tem interesse pelo assunto.
Se a aula 5 foi de muito papo, a 6 foi de muita prática. A professora foi novamente a roteirista e dramaturga Renata Mizrahi, que mandou ver, mais uma vez, nos exercícios. O tema era a redação de diálogos, e a turma toda leu seus trabalhos. A primeira parte da aula foi dedicada a apresentação do trabalho pedido anteriormente, que era desenvolver uma cena que se encerrava com a frase “tudo menos beterraba”. As soluções encontradas foram muito criativas, rendendo boas risadas.
Em seguida, a Renata passou um exemplo de diálogo que ela escreveu – um casal tentando romper o relacionamento com classe. Fiz o papel do homem da cena, foi bem divertido tentar interpretar as falas dando expressividade, que não é o meu forte. Depois voltamos aos exercícios, escrevendo uma cena que começava com a fala “será que ela/ele vem?” em apenas dez minutos. Adotei a saída de escrever um diálogo envolvendo quatro pessoas em uma mesa de restaurante, e gostei do resultado.
A abordagem da Renata é muito legal, pois faz a gente botar a mão na massa, escrevendo sob pressão e apresentando nossas ideias, deixando de lado a timidez. É uma pequena amostra da vida do redator de humor e roteirista, com o grande desafio da folha (ou tela) em branco. Finalizando, lemos mais um diálogo escrito pela professora e vimos um vídeo dele encenado por atores profissionais, em um teatro. Foi legal ver como o texto se transformou.
Laranjas é um site de jornalismo de humor com notícias fictícias.
Todos os direitos reservados
Desenvolvido por Monodois