Era costume na Ilha Terceira dos Açores que, na primeira sexta-feira da décima lua cheia do ano, os moradores locais percorressem quase dois quilômetros com suas pombocas para aguardar pela madrugada a chegada da Sexta-Feira Limpa Feira. O Mercado local ficava apinhado de plaquinhas com “70 % off”. Tudo era vendido pela metade do dobro em uma grande festa para comerciantes e a população local.
Anos mais tarde, tal costume foi trazido pelas famílias açorianas que povoaram Santa Catarina entre os séculos XVIII e XIX e mantiveram esta tradição, retratada em muitos trabalhos do querido Franklin Cascaes. “Tu vêx essis tolo que dizi Bléqui Fraidei, no tem? Nunca pisô em Paulopix e si senti das gringa. Bandistepô”, disse um manezinho premiado na Ilha por ter muito conhecimento sobre a cultura açoriana – ele é parente de sexto grau de Cascaes, e chegou a ver o pesquisador tomar um café na Birosca do Guaxupé.
“Todo ano é raluín, blequi fraidei… como si nóx num tivessi hishtória, boi-de-mamão, feshta do divino e bernunça”, completou, antes de saborear uma tainha pescada durante a entrevista.
O Laranjas fez uma enquete na Felipe Schimidt, Centro de Floripa, e encontrou vários jornalistas fazendo enquete e, por isso, não vai publicar aqui o resultado das entrevistas como forma de se diferenciar. Podemos afirmar, no entanto, que todo mundo diz ter crescido ouvindo Black Friday dos pais.