Talvez ainda dê tempo, amigo. Provavelmente não, mas talvez
O empresário Carlos Doranha, de 32 anos, não conseguiu dormir direito na noite passada. Ele ainda não reservou uma mesa em um restaurante de Florianópolis para o Dia dos Namorados e, agora, teme que seja tarde demais. “Tive uma semana muito complicada no trabalho, minha cabeça ficou tomada pelos problemas e acabei deixando para última hora”, justificou-se Doranha. O pior é que ele ainda não comprou nenhum presente, pois, em tempos de crise, considera que pagar a conta do jantar já é o suficiente. “Agora estou ferrado”, disse o empresário, sem conseguir disfarçar o nervosismo.
Para aumentar o drama de Doranha, quase nenhum restaurante da capital catarinense abre pela manhã para efetuar reservas. Apenas por voltas das 14h, quando os primeiros funcionários começam a chegar para preparar os alimentos, o empresário pode tentar alguma coisa. “Tenho plena consciência que vacilei, mas acredito que ainda será possível conseguir um lugar decente, com boa comida e atendimento razoável”, afirmou. A essa altura do campeonato, porém, ele não tem muita margem para escolher o tipo de cozinha. “Italiana, japonesa, mané, tanto faz cara, desde que seja limpa”, conformou-se.
Essa não é a primeira vez que o empresário vacila. Em 2011, ele também deixou para a última hora e acabou não conseguindo uma mesa no restaurante de massas preferido do casal. Doranha acabou contornando a situação e cozinhando um belo spaghetti com molho funghi, que ele fingiu preparar. “Comprei um molho italiano legal, mas não dava para admitir que eu não tinha feito, pegaria mal”, argumentou. Nos anos seguintes, ele estava vacinado pelo erro e conseguiu boas reservas, com jantares muito saborosos. “É caro, mas vale a pena ver o Ronaldo feliz”, disse, numa regra que pelo jeito não valeu em 2015.
Ronaldo Peccini, o namorado de Doranha, nem imagina que seu namorado de cinco anos vacilou. “Cara, ano passado foi demais, um restaurante de comida oriental bem diferente ali no caminho para as praias, e todo ele se supera”, disse o advogado de 29 anos, infelizmente desinformado. Ele diz que não faz questão que seja um lugar caro, mas que é legal sair no Dia dos Namorados. “Teve um ano que o Carlinhos fez um macarrão com funghi delicioso, mas é mais divertido sair, né?”, comentou o pobre rapaz. A reportagem do Laranjas não teve coragem de dizer a verdade, mas continuará no caso.
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