A presidenta Dilma Rousseff chegou ao seu gabinete no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira, esperando pelo pior. Depois de passar o feriadão de 15 de novembro chocada com notícias de que um golpe de Estado havia sido promovido para derrubá-la, ela encontrou tudo organizado, com documentos a serem despachados no lugar de sempre sobre sua mesa. “O Marco Aurélio Garcia e o Rui Falcão não pararam de me mandar mensagens no WhatsApp o fim de semana todo para eu resistir até o fim, sô!”, disse a presidenta ao copeiro José Carlos.
Ainda em dúvida, Dilma ligou para a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que confirmou que o governo ainda estava constituído e funcionando normalmente. “Quer dizer, tem o Edison Lobão e o Aldo Rebelo né, então é aquele normalmente entre aspas”, brincou a musa paranaense. Minutos depois, porém, a mandatária recebeu um SMS do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que a deixou em alerta: ele estava em um bunker em no ABC paulista, em localização não revelada.
Depois de checar os jornais e revistas da imprensa golpista em busca de mais subsídios para entender o que estaria acontecendo, Dilma respirou tranquilamente quando viu a capa da Carta Capital. “Meu querido, se tivesse ocorrido um golpe contra o meu governo, o Mino não tinha colocado um sapo na capa”, afirmou a presidenta, mais aliviada. Ela finalmente pôde, então, sorver o delicioso espresso macchiato preparado por José Carlos. Para completar, um papo via chat do Facebook com o ex-presidente Lula colocou tudo em panos quentes.
Dilma segue incomodada, no entanto, com a informação amplamente divulgada de que o Brasil tem, atualmente, dois presos políticos. “Tem que ver isso aí, exijo respeito a quem, como eu, foi em cana durante a ditadura, nós estamos em uma democracia”, vociferou a presidenta ao copeiro, que serviu um chá para relaxá-la. Ela prosseguiu com seus afazeres normalmente, mas, por via das dúvidas, mandou o pessoal da Abin descobrir se Joaquim Barbosa tem algum tipo de milícia.