Sexta-feira, 21 de junho de 2013

Skinheads, neonazistas e vândalos reclamam que não têm nada a ver com protestos

Categorias: Política, Protestos

Juninho do Pixo reclama que manifestações chamam a atenção da polícia para sua forma de expressão

Os protestos de quinta-feira (20) tomaram novas proporções em termos de vandalismo e ódio às diferenças: aos relatos de depredação pública somam-se xingamentos e agressões contra militantes de partidos. Pichadores, neonazistas e skinheads chamaram a atenção para si, ofuscando milhares que protestavam de forma pacífica. Um dia após, eles admitem que não têm nada a ver com o movimento que está parando o Brasil.

“Pô, na moral, toda a noite, quando o movimento tá mais tranqüilo, eu sempre venho aqui praticar meu pixo, minha expressão, tá ligado”, confessou Júlio Nazário, o Juninho do Pixo, 22 anos. “Agora que essa galera toda resolveu protestar na rua, tão me chamando de manifestante. Manifestante é o caralho, sou pichador, porra!” Para ele, a atenção que a mídia vem dando aos protestos está chamando a atenção da polícia para seus atos subversivos.

O office boy Camilo Mendonça, 17 anos, sai todos os dias às 20h do escritório onde trabalha, na avenida Paulista. “Ah, meu, tô sempre muito cansadão e ainda tenho que pegar duas horas de condução pra chegar em casa. Sempre chuto umas lixeiras pra aliviar um pouco a tensão”, esclarece. “Mas não tenho nada a ver com esses protestos, até porque recentemente recebi um aumento da firma, tá tudo legal pra mim.”

Skinhead desde os 15 anos, Fábio Silva, hoje com 25, tem em seu currículo mais de 30 ossos fraturados, 20 e poucas navalhadas, três traumatismos cranianos e uma morte. “Toda quinta à noite temos uma porrada marcada contra os nazistas aqui na praça da Sé”, contou. “Quando vimos que veio um monte de gente, pensamos que era reforço deles e descemos o cacete sem dó”. Segundo ele, quando eles viram que as camisetas e bandeiras indicavam partidos de esquerda, já era tarde demais.

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