Enquanto o Brasil faz a estreia da Copa das Confederações contra o Japão, do lado de fora do estádio Mané Garrincha, em Brasília, a Polícia Militar contém as manifestações com uma nova arma. Mais de 300 caixas de caxirolas, que estavam esquecidas em depósitos, foram entregues ao contingente. “Bombas de efeito moral e balas de borracha não estavam sendo suficientes”, declarou o coronel Quinguecongue Magalhães, responsável pela operação.
A nova arma improvisada de dispersão de multidões recebeu críticas de seus alvos. “Baletaço de borracha e telefone na orelha eu até agüento”, admitiu o estudante Paulo Manfredi, que estava protestando. “Agora, ouvir o som ridículo dessa caxirola é desumano.”
Alguns caracterizaram a reação da PM como “violência excessiva”. Uma repórter do Correio Brasiliense chegou, inclusive, a levar uma caxirolada no olho, mas não corre risco de perder a visão. Já o jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial afirmando que vaias anulam as causas de qualquer protesto. O ministro da Justiça Eduardo Cardozo ofereceu as Forças de Segurança Nacional para conter as vaias em Brasília.