Dilma posa com a mãe (dir.) e uma indicada pelo PMDB para o novo ministério (esq.)
O domingo de Dia das Mães foi especial no Palácio da Alvorada. Dona Dilma Jane, mãe da presidente da Dilma Rousseff, acordou com uma caixinha ao seu lado da cama. Dentro, apenas três itens: uma chave dourada, um pin com o formato do brasão da República e uma lista de indicados pelo PMDB. “Na hora eu já entendi o que era e lembrei que a Dilminha sempre deixa o presente para a última hora mesmo”, disse Dilma Jane, a futura titular do quadragésimo ministério do governo de sua filha.
A presidente nega que o presente tenha sido definido com atraso. “Vocês têm que entender que a minha mãe é uma mãe que não qualquer mãe. Não é por ser minha mãe não, é por ser uma mãe diferente das outras mães”, explicou Dilma, a filha, com a clareza habitual. Ela não esclareceu qual será o ministério criado para Dona Dilma Jane, mas não vê muita importância nisto. “Meu querido, o Afif tá no meu governo, num ministério de Empresas, como é que eu explicar deixar a minha mãe de fora?”, questionou.
A mãe da presidente disse que está pronta para o desafio. Suas únicas exigências são sentar ao lado da filha nas reuniões ministeriais e ter mais tempo para falar, nos mesmos encontros, que Moreira Franco, Gastão Vieira e o catarinense Maneca Dias. “Ou seja, com um ou dois minutinhos eu passo meu recado”, diverte-se Dona Dilma Jane, que já adiantou que não terá problemas em receber as famosas broncas da presidente. “Depois a gente se acerta enquanto vê a novela, menino”, disse, dando uma piscadinha.
A nova pasta terá à disposição 40 cargos comissionados, que serão negociados entre 53 partidos da base aliada – alguns poderão ficar de fora. A presidente não gostou de ver a listinha do PMDB dentro da caixa de presente e procura o responsável pela galhofa. “Aposto que foi o (Edison) Lobão, que fica com cara de paisagem e dando escapadas nas reuniões ministeriais”, teria dito aos seus interlocutores que repassam informações à revista Veja.
A cerimônia de posse ainda não foi marcada e depende das condições de saúde de Dona Dilma Jane, já debilitada por seus 88 anos. Ela, no entanto, não perde o bom-humor. “Você vê o Sarney lá firme, era presidente do Senado e melhor amigo da minha filha, e perto dele eu sou uma menininha”, disse a nova ministra, aos risos. Por via das dúvidas, todos indicados pelo PMDB já foram contratados e aguardam para começar a trabalhar.
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