A grande final do primeiro Campeonato Mundial de Par ou Ímpar ficou sem vencedor. A partida, realizada nesta quarta-feira (24) no Estádio Olímpico de Berlim completamente lotado, terminou em confusão por um problema de clareza nas regras. Edward Montgomery, representando a Inglaterra, e Dietrich Himmenblau, da Alemanha, colocaram zero quando o juiz apitou. Montgomery, que tinha escolhido os números pares, saiu comemorando junto à torcida inglesa, que estava em minoria, mas muito empolgada pela rivalidade histórica com os germânicos.
O árbitro português Armando Joaquim Marques apitou o fim do jogo, mas foi prontamente interpelado por Himmemblau e seu treinador, Sebastião Lazaroni. Eles argumentavam que zero não é par nem ímpar e, portanto, o jogo deveria ir para a prorrogação. Confuso, Marques tentou chamar o inglês de volta para o centro do campo, mas ele já era carregado nos ombros por toda a sua comissão técnica. Os bandeirinhas, também portugueses, permaneceram nas respectivas linhas de fundo, disseram que não viram nada e que, portanto, não poderiam opinar. O quarto árbitro então consultou o livro de regras, mas o caso não estava previsto.
Depois de muita confusão, Himmemblau conseguiu convencer Montgomery a conversar na grande área, mas logo eles começaram a trocar socos, o que levou Marques a expulsar os dois atletas. Assim, ficou tudo ainda mais complicado. O resultado inicial não fora confirmado e seria impossível continuar o jogo sem atletas (a regra do par ou ímpar exige pelo menos um atleta em campo). A briga se espalhou pela torcida, já que os alemães perderam a paciência com os fanfarrões ingleses, que gritavam “my grandpa killed your grandpa” e outros cânticos referentes à II Guerra Mundial incessantemente. Os brigões logo começaram a invadir o campo, o que forçou os atletas, comissões técnicas e árbitros e se refugiarem nos vestiários, onde, depois de horas de divagações matemáticas regadas a muita cerveja morna, decidiu-se pelo empate.
Apesar do papelão na final, o Mundial foi um sucesso – A avaliação dos organizadores é que o Mundial foi um grande sucesso, mesmo que o título tenha sido dividido. Depois de dois anos de eliminatórias continentais, os 32 melhores jogadores de par ou ímpar do mundo se reuniram na Alemanha para um mês de disputas, divididos em oito grupos de quatro e depois passando aos mata-matas. Foram aproveitados os estádios da Copa do Mundo de 2006, que estiveram constantemente lotados para as disputas de par ou ímpar, numa média de 38 mil pessoas por partida. Um número incrível, visto que o torcedor levava mais de duas horas pra entrar e sair do estádio e as partidas não duravam mais que cinco segundos. A presença de dois ídolos mundiais como Montgomery e Himmemblau, ainda mais de duas nações que têm grande rivalidade, valorizou bastante a primeira experiência.
A próxima edição do Mundial de Par ou Ímpar será realizado no Brasil, em 2012, e servirá também como teste para os estádios da Copa do Mundo de 2014. Porém, muitos políticos e membros do COB já falam em construir arenas específicas para o par ou ímpar por todo o país. A expectativa é que o país tenha um melhor desempenho, pois no Mundial encerrado há pouco fomos eliminados na primeira fase. Nosso representante, o ex-presidente Lula, envolveu-se numa confusão na partida que valia a classificação: ele usou sua mão esquerda no embate, colocou a mão cheia na hora do apito com a intenção de mostrar quatro dedos, mas o árbitro, distraído, achou que ele tinha colocado cinco dedos e deu a vitória ao representante bósnio. Os 58 membros da comissão técnica de Lula, contratados sem concurso como comissionados, invadiram o campo colericamente para agredir o árbitro, mas foram contidos pelo presidente, que argumentou que o árbitro, venezuelano, talvez estivesse certo. Celso Amorim apoiou a decisão. Depois recuou. Assim, fica a esperança de que em 2012 o Brasil tenha um representante mais bem preparado, mais decidido e que, principalmente, não seja assessorado por um bando de aloprados.
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