
Estudante, que estava dormindo quando a greve começou, encontra-se preso na BU (crédito: Rafaela Blacutt)
No terceiro dia da greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Sindicato dos Trabalhadores (Sintufsc) instituiu hoje (14) o ponto-eletrônico para os grevistas. “Precisamos cobrar adesão dos companheiros, que acham que greve é sinônimo de folga”, explicou o vice-presidente de banners e faixas, Pedrinho do RU. Esta é a segunda paralisação na universidade em menos de um ano: a última terminou em setembro de 2011 e durou 115 dias, sem o atendimento das reivindicações e sem ninguém ter reparado que ocorrera.
A parada dos trabalhos afeta serviços básicos da UFSC, desde o funcionamento das secretarias dos departamentos e colegiados até a manutenção do paisagismo do campus. Os mais atingidos pela greve são os estudantes, principalmente aqueles que não vivem sem o bandejão do Restaurante Universitário e que, depois de encher o pandulho, vão até a Biblioteca Universitária dormir profundamente nos confortáveis pufes. Fora isso, porém, a universidade está funcionando normalmente.
Para o estudante de um inédito 18º período de História, Ernesto Noam, a greve é justa. “Precisamos derrubar este governo neoliberal e privatizador, que sucateia as universidades públicas para depois vendê-las a preço de banana”, vociferou ao repórter do LARANJAS, que não tinha perguntado nada. Noam está acampado na reitoria, mas lamenta que os servidores não estejam fazendo o mesmo. “Quem sabe com o ponto eletrônico eles fiquem por aqui, colaborando com a revolução e fazendo um rango pra mim”, completou.
A greve dos servidores é por tempo indeterminado. “Na verdade a gente não sabe nem quando começou, pois não lembramos ao certo se encerramos todas as últimas greves”, explica Pedrinho. Caso a sociedade catarinense comece a se importar com a UFSC, o LARANJAS voltará ao assunto.
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